sábado, 8 de outubro de 2011


Hoje eu só quero paz... Ou um dia parado, vazio e cinza. As vezes faz até bem.
É assim que eu estou, morta-viva, ainda estou respirando, meu coração continua batendo, eu sei, tenho plena consciência disso. Mas parece que é só isso, todas as outras necessidades simplesmente sumiram, minhas vontades? Não as conheço mais.
Acho que hoje eu não quero sentir nada, e está dando certo, sempre dá, deve estar no automático.
Hoje eu estou tão vazia que se eu sair na rua o vento pode me levar, não sei pra onde, mas quem se importa? Desde que me leve para bem longe, eu não ligaria. Só quero fechar os olhos e não pensar em nada, ficar assim, até amanhã ou depois.

Alice N.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

          As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa. Nada é  insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrar ciclos.
          Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.


Fernando Pessoa

sábado, 11 de junho de 2011

O amor

Embalada nesse clima de dia dos namorados, lembrei de um texto que é perfeito para a ocasião. É que em uma aula de português a professora me mandou fazer uma redação sobre o amor. Ok, eu fiquei completamente perdida tentando achar palavras para descrever um sentimento tão complicado como esse.
  Ai vai o texto, espero que gostem.

"      Quando alguém fala de amor, a primeira cena que vem à cabeça é a de um casal apaixonado numa praia, um restaurante ou alguma outra coisa bem clichê retirada de algum filme antigo de romance.
       Mas as coisas não são bem assim, você não vai ouvir sininhos quando beijar a pessoa amada, ou ouvir um "eu te amo" em uma praia deserta à luz da lua. Não, você vai receber flores numa segunda-feira de manhã quando menos esperar e por algum motivo bobo. Talvez ouça o tão esperado "eu te amo" durante um jogo de futebol ou algo parecido com isso.
      Sabe porque? por que o amor é imprevisível, não fica esperando pelo momento perfeito, pelo contrário, se apresenta no momento mais inesperado e o torna perfeito, perfeito por ser único, logo, é especial."


E ai? Gostaram?

Beijinhos :*

Alice N.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O desapego

É engraçado... eu estava lendo sobre o desapego, e descobri que não é o meu caso. Sempre achei que esse meu "desapego" das pessoas, era porque eu não tinha mais a essência, aquele interesse que eu tinha pelas pessoas, em conhecê-las melhor havia acabado, que eu simplesmente tinha aprendido a lição e não sentia mais nada, que eu tinha secado.
     Foi quase isso. O caso é que, eu estou esgotada, cansada demais pra correr atrás de algo, ou alguém. Vontade eu tenho, só não tenho forças.
Eu me sinto tão anestesiada, apática, acho que é a melhor palavra. Não sinto nada. Dor, amor, interesse, tudo isso sumiu.
Acho que eu dormi, morri e esqueci de fechar os olhos. Não quero, não gosto, não sinto, não ouço, não falo, estou presa em mim, não quero sair. Sair pra que? Passar pelos mesmos problemas, pelas mesmas tristezas?
   Não, muito obrigada, mas eu prefiro continuar assim, imperturbável, insensível e inativa.

Alice N.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sonho

Hoje eu tive um sonho tão bom... Sonhei que você me abraçava, e ficava assim, sem pressa de me largar. Pude sentir o seu cheiro. Tão real, que parecia que você estava do meu lado me olhando enquanto eu dormia. 
Eu não queria acordar, daria qualquer coisa pra me manter ali, sentindo você, sentido o quanto você me queria por perto, como se eu fosse a coisa mais preciosa na sua vida...
Nem sei se um dia foi assim, mas é assim que eu me lembro. E é bom, fingir que foi perfeito, para ter algo para se lembrar e sentir saudade.
Não queria ter acordado, poderia passar o resto da vida adormecida, com aquele momento gravado nos meus pensamentos , vivendo daquilo, aproveitando cada segundo, sabendo que nunca iria chegar ao último..
Você me completava... e só daquele jeito, eu me sentia inteira, sentia como se todas as lacunas fossem preenchidas, todos os meus problemas pareciam não ter a menor importância.
Eu só queria ficar ali, com você, para sempre.

Alice N.

domingo, 15 de maio de 2011

Você era sol e eu queria luz. Era chuva e eu precisava de água. Éramos começo, novidade. O primeiro doce do pacote, a primeira mordida de uma boca com fome. E eu era faminta. Saboreava a vida como um tempero exótico. Eu era a cega que voltava a ver, e você era a primeira tonalidade. Enfim, éramos um doce. Um doce problema. Porque o problema de toda novidade é que o novo tem validade.

Curta. Não importa o quanto o sentimento seja legítimo: se é novo, uma hora fica velho. Com o tempo, cria artrites, os ossos enfraquecem, e como nas pessoas, o coração falha. Às vezes entope, às vezes corre. Mas tem vezes que pára. Hoje eu quis entender porque é que o meu desacelerou. Se era antes capaz de parar o tempo, decretar a paz e jurar estabilidade, hoje negou a si mesmo. Não porque era superficial, nem porque não aguentou o tranco. Sinceramente, eu nem sei bem o por quê. Só sei que hoje eu quis um pouco mais de mim e um pouco menos de você.

Não sei se chamo isso de fracasso, vulnerabilidade ou se é só uma lição pra me fazer te dar valor quando tudo não parecer mais tão seguro. Sou vulnerável às mudanças do tempo e não tenho imunidade contra o desinteresse. Ninguém tem. Ninguém que teve um brinquedo, uma música favorita ou um sentimento extraordinário saberia eternizar o impulso do início. A insatisfação, muitas vezes, é o que faz as coisas andarem. E desta vez, ela me faz andar para um lado contrário ao teu.

Por mais que a contraditória aqui seja eu. Ou que as palavras tão firmes de antes hoje pareçam poeira. Se até a dona natureza, que é sábia, tem mudanças de estações, eu - que sei tão pouco de tudo - acho que também posso ter. E posso criar meu próprio tsunami se bem entender. Correndo o risco sim, de parecer volúvel. Mas nunca me entregando à mediocridade que é viver com um coração resignado. Ou de oferecer amor em um tom apagado. Se é vida o que você me propõe, considere a missão cumprida. Quanto mais inexplicável tudo parece, mais eu me sinto viva.

fonte: http://blogdamilena.blogspot.com/2008/07/desapego

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói, é horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo: arde, depois passa. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. A gente acha que não vai aguentar, mas aguenta as dores da vida. Pense assim: agora está insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou, agora já são dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que há duas linhas atrás. Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte, ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já está lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo para ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "É melhor viver do que ser feliz". Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita...
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado para trás, cai. Dói, eu sei como dói. Mas passa. Está vendo a felicidade ali na frente? Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la para trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.




Antônio Prata

terça-feira, 3 de maio de 2011

Espero

    Eu continuo aqui. Mesmo depois da tempestade passar. Eu sempre estive aqui, esperando...
    Esperando o dia em que você vai voltar para o meu lado, com aquele seu sorriso que eu tanto amo. Me dizendo que tudo vai ficar bem, que de agora em diante, as brigas não nos afetarão tanto quanto nos afetaram um dia.
    Dizendo que a nossa música não é mais a mesma, ela não fala mais sobre corações partidos, despedidas, não, nossa música agora é animada, nosso mundo agora ganhou um novo colorido.
    Esperando pelo dia em que você vai olhar nos meus olhos, e eu poderei ver que você já despiu o escudo, já jogou fora a armadura que te impedia de sentir o seu coração batendo em perfeita sincronia com o meu. E a viseira será retirada também, para eu poder ver um brilho diferente no seu olhar, um brilho que me ilumina por inteira, e mais eficaz que o sol na função de me aquecer.
    Ah sim! Eu espero ansiosa pelo momento em que poderei te tocar, segurar suas mãos e sentir você, faze-lo meu guia para seguirmos em frente juntos.
    Só Deus sabe como eu espero. Conto os segundos que faltam para o dia em que eu poderei tocar os seu lábios e enfim sentir você tão perto que vamos parecer um só, dividindo a mesma essência. E a sua boca não vai mais pronunciar aquelas palavras de antes, palavras ásperas, mentiras que acreditamos ser verdade, e que já nos machucaram tanto. Não! Dela só sairão palavras de conforto, verdades tão sólidas que poderemos construir o nosso chão, que antes era tão frágil como cristal.
    Eu espero esse dia, e acho que sempre vou esperar. Porque eu sei, que vai valer a pena, pois mesmo que nada disso aconteça, eu vou poder viver com a consciência limpa, sabendo que pelo menos eu tentei. Sem a terrível dúvida do "E se.. ?"
    Então, eu vou esperar, o tempo que for necessário.  

Alice N.